O quão comum é crescer ouvindo mais de uma língua?

Upper panel: “Você quer jogar bola?” “Não, eu não quero.”
Lower panel: “Você quer me ajudar a trabalhar no jardim?” “Sim! Eu quero!”

Algumas crianças são expostas a apenas uma língua, outras podem ser expostas a duas e outras a ainda mais. O número de línguas as quais as crianças são expostas depende de seu ambiente. Por exemplo, em um país como Papua Nova Guiné, onde há cerca de 800 línguas diferentes, uma criança ni-Vanuatu pode ser exposta a até 9 idiomas em suas interações cotidianas*!

O multilinguismo é mais comum do que imaginamos. Em alguns países, como Singapura, a maioria da população é exposta ao multilinguismo. Cerca de um terço das crianças do mundo crescem multilíngues. As crianças que crescem em ambientes multilíngues podem adquirir cada uma das línguas às quais são expostas e terão trajetórias de desenvolvimento semelhantes às de seus colegas monolíngues.

Os ambientes multilíngues podem variar muito. Assim como nos ambientes monolíngues, não existe um número específico de horas em que uma criança precisa ficar exposta a uma língua para aprendê-la. No entanto, parece que menos de 15-25% do tempo pode não ser suficiente para promover um pequeno poliglota.

Assim como nos ambientes monolíngues, o tipo de ambiente de aprendizado da linguagem é importante. Por exemplo, brincar com a avó é um ambiente de aquisição de linguagem mais rico do que assistir passivamente a um programa de TV.

Junte-se a nós na próxima vez, quando nos aprofundaremos nas diferenças entre aprender uma e mais de uma língua.

As fontes científicas deste quadrinho:

Byers-Heinlein, K. (2020). Infant language acquisition in bilingual environments. PsyArXiv.

Byers-Heinlein, K., & Lew-Williams, C. (2013). Bilingualism in the Early Years: What the Science Says. LEARNing Landscapes, 7(1), 95-112.

*Essa é uma observação ainda não publicada de nossos amigos cientistas em Vanuatu. Confirmaremos o número exato e adicionaremos a referência quando o estudo for concluído.

Este quadrinho foi escrito em colaboração com a Dra. Krista Byers-Heinlein (das fontes científicas!) e a Andrea Sander-Montant.